AS PERDAS DE ÁGUA SÃO UM DOS DESAFIOS PARA EXPANSÃO DO SANEAMENTO

Antes de falaremos sobre como a perda de água pode influenciar na expansão do saneamento, vamos entender um pouco sobre o que é o saneamento básico.

Saneamento é o conjunto de medidas (serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos) que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde!

Ter acesso ao saneamento básico é um fator essencial para que um país possa ser chamado de desenvolvido. Isso porque os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vida – proporcionando a redução da mortalidade infantil e evitando a propagação de doenças como hepatite, cólera, diarréia, disenteria, febre tifoide, pólio, entre outras.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo consomem água contaminada. Em 2017, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 258 mil internações por doenças de veiculações hídricas no país. Esses são exemplos claros da necessidade do avanço na eficácia do Saneamento Básico, que atualmente é tido como uma das infraestruturas mais atrasadas do país.

 

Como o saneamento está ligado com as perdas de água?

Temos como direito o acesso ao saneamento básico assegurado pela Constituição e definido pela Lei n.º 11.445/2007 no Brasil como o conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

Entretanto, o avanço para este setor no Brasil é considerado uma das áreas mais atrasadas na da infraestrutura nacional, pois depende de melhorias na gestão do setor, em especial da situação dramática das perdas de água no país. Em 2010, as perdas de faturamento das empresas operadoras com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, alcançaram, na média nacional 37,5%. Uma redução de apenas 10% nas perdas no País agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com a água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de água para todo o País naquele ano. Redução de perdas mais significativas ajudaria ainda mais as empresas a terem recursos para a expansão do atendimento em água potável, mas também da ampliação das redes de esgoto e seu tratamento.

Mas, o saneamento básico enfrenta dificuldades diversas que vão além da expansão do acesso das pessoas às redes de água e esgotos. Como, por exemplo, o combate às perdas de água potável nos sistemas de distribuição – que é uma das ações menos priorizadas no setor de saneamento.

Essas perdas acontecem no processo de abastecimento de água por meio das redes de distribuição – e trazem diversos impactos negativos para o meio ambiente, para a economia e para todos os consumidores.

Os indicadores de perdas não têm melhorado nos últimos anos, pelo contrário, estão piorando em muitos locais do país.

Com base nesse cenário intenso de baixo avanço na solução para as perdas de água, foi realizado um estudo pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a organização Water.org dos Estados Unidos, elaborado pela GO Associados. Os resultados demonstram que para cada 100 litros de água captada, tratada e potável, 38 litros não chegam de forma oficial a ninguém, o que equivale a 7,1 mil piscinas olímpicas de água perdidas todos os dias, gerando uma perda financeira acima de R$ 12 bi.

A crise hídrica que está marcando algumas regiões do país vem sendo discutida com mais frequência nos últimos meses. Com isso, o assunto das perdas de água nos sistemas de distribuição das cidades vem recebendo destaque por consequência. Ou seja, olhando por um lado positivo, a escassez de água está dando luz ao tema – o que é muito importante se realmente quisermos dispor de mais água num futuro próximo!

A economia de água e a preservação do meio ambiente podem começar na sua casa.

 

 

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